O primeiro episódio da 5ª temporada de Stranger Things chega com o peso de um encerramento anunciado — e a série não perde tempo em mostrar que está preparando terreno para um final grandioso, emocional e mais sombrio do que qualquer coisa que vimos até aqui. Desde os minutos iniciais, fica claro que Hawkins nunca esteve tão vulnerável, e que o Mundo Invertido deixou de ser uma ameaça distante para se tornar parte inseparável da realidade dos personagens.
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O episódio funciona como uma ponte entre o caos deixado pela temporada anterior e a inevitável guerra que se aproxima. Os personagens retornam mais maduros, mas também mais marcados. Eleven (Millie Bobby Brown) ainda luta contra sua culpa e contra a sensação de que seu poder — antes sua maior arma — pode já não ser suficiente. A série acerta ao mostrar uma Eleven fragilizada, mas decidida, evitando qualquer repetição de arcos anteriores.

Enquanto isso, Mike (Finn Wolfhard), Will (Noah Schnapp) e Jonathan (Charlie Heaton) tentam reconstruir suas rotinas em meio ao colapso que se instalou na cidade, mas o episódio deixa evidente que o vínculo entre Will e o Mundo Invertido voltou a se intensificar. O roteiro usa pequenas pistas visuais e sonoras para sugerir que ele talvez saiba mais — ou sinta mais — do que consegue expressar. A atuação contida de Noah Schnapp é um dos destaques da estreia.
Já Dustin (Gaten Matarazzo) e Lucas (Caleb McLaughlin) entregam alguns dos momentos mais humanos do episódio, movidos por uma mistura de esperança e desespero enquanto tentam entender os novos padrões do inimigo. A química entre o grupo continua sendo um dos pontos fortes da série, e aqui ela é utilizada de forma mais delicada, refletindo o amadurecimento natural dos personagens.
Um sentimento de despedida?!
Visualmente, o episódio mantém o padrão cinematográfico da temporada anterior, mas agora com uma paleta mais fria e desgastada, refletindo a deterioração física e emocional de Hawkins. As distorções visuais do Mundo Invertido começam a surgir em momentos aleatórios, quase como lapsos de realidade, criando uma sensação constante de instabilidade. A direção sabe exatamente quando segurar o horror e quando sugeri-lo, reforçando a atmosfera de inevitabilidade.
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A grande força dessa estreia está no tom. É um episódio que não tenta entregar respostas imediatas, mas que posiciona cada personagem emocionalmente para o que vem pela frente. Há um sentimento claro de despedida, não exposto diretamente, mas presente em cada silêncio. Em cada olhar prolongado, em cada momento de fragilidade que os heróis hesitam em mostrar.
O episódio também indica que o antagonismo de Vecna (Jamie Campbell Bower) deve ganhar novas camadas. Pequenos indícios sugerem que sua conexão com o Mundo Invertido pode ser ainda mais profunda — e mais pessoal para os protagonistas — do que se imaginava. A ameaça não cresce em quantidade, mas em densidade.

Em suma, o episódio 1 da 5ª temporada de Stranger Things entrega exatamente o que um começo de fim precisa ser. Ou seja, sombrio, emocional, lento na medida certa e cheio de presságios. É uma preparação cuidadosa, consciente do impacto cultural da série e do que ela deve ao público. Se a temporada seguir esse tom, Stranger Things pode estar caminhando para um desfecho tão épico quanto doloroso.
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