O primeiro episódio de Bem-Vindos a Derry chega impondo respeito e deixando claro, logo de cara, que essa expansão do universo de IT não vai seguir caminhos fáceis. A abertura já é um choque: vemos Matty Clements (Chris Chalk) tentando fugir da cidade, apenas para testemunharmos um parto monstruoso dentro de um carro — uma cena grotesca, visceral, que define o tom da série e reforça que o mal de Derry se manifesta de maneiras que beiram o incompreensível.
A partir daqui, o texto pode conter SPOILERS!
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A trama então nos apresenta o novo grupo de crianças que inevitavelmente se aproxima do mistério: Lilly (Taylor Paige Henderson), Teddy (Jacon Moran), Phil (Javier Cabrera), Ronnie (Arman Nahapetian) e Susie (Aisha Fabienne Ross). Todos têm alguma ligação com o desaparecimento de Matty, e conforme o episódio avança, fica evidente que Derry está despertando — vozes ecoam nos esgotos, visões tomam forma e a sensação de ameaça cresce a cada cena.
Carnificina
Essas visões são, inclusive, um dos momentos mais marcantes do episódio. Lilly vê Matty sangrando, saindo de uma banheira enquanto canta. Teddy encara uma figura impossivelmente distorcida — um corpo transformado em abajur humano. O terror aqui não depende apenas de monstros: ele invade a mente, distorce a percepção e ataca de todos os lados.

Mas é no cinema que o episódio realmente vira tudo de cabeça para baixo. O grupo vai até ali em busca de respostas, e a criatura da abertura retorna, surgindo primeiro na projeção e depois atravessando a tela para o mundo real. O resultado é uma das cenas mais chocantes do episódio: uma carnificina inesperada, intensa e brutal, em que Teddy (Jacon Moran), Phil (Javier Cabrera) e Susie (Aisha Fabienne Ross) morrem de forma repentina. É um golpe narrativo ousado, que quebra expectativas e anuncia que Bem-Vindos a Derry não vai se apoiar em fórmulas.
Paralelamente, a série já começa a explorar temas sociais importantes. A chegada do Major Leroy Hanlon (Chad R. Coleman) à base aérea de Derry traz à tona o preconceito racial da época e adiciona peso dramático ao terror sobrenatural. O roteiro costura esses elementos com cuidado, mostrando que o horror real e o sobrenatural convivem lado a lado — e às vezes se misturam.
Veio com tudo
Visualmente, o episódio é de tirar o fôlego: fotografia fria, chuva constante. Além disso, uma trilha inquietante e uma direção que transforma cada esquina de Derry em um aviso silencioso. Mesmo sem mostrar Pennywise em seu auge, sua presença é sentida como uma sombra que paira sobre tudo.
No fim, o episódio 1 de Bem-Vindos a Derry é um início poderoso, corajoso e perturbador. Ele combina terror psicológico, body horror, tensão crescente e uma reviravolta digna dos momentos mais marcantes de séries de fantasia e terror. Em suma, se esse é só o primeiro capítulo, o que vem pela frente promete ser ainda mais sombrio.
🎈 Em Derry, nada acontece por acaso — e ninguém está realmente seguro.
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