Game of Thrones – Episódio 1 mostra a força, o medo e o choque que definem Winter Is Coming.
“Winter Is Coming”, o episódio que abre Game of Thrones, é uma verdadeira aula sobre como apresentar um universo gigantesco sem afogar o público em informações. A direção de Tim Van Patten cria um equilíbrio raro entre política, violência, drama familiar e fantasia sombria. Ainda que seja apenas o primeiro capítulo, tudo aqui já parece vivo, pulsante e perigoso. Não há introduções didáticas: o mundo é apresentado em movimento, e o espectador precisa acompanhar o ritmo imprevisível de Westeros.
| IT: Bem-Vindos a Derry (HBO) – S01E03 – Review
A série deixa claro desde os primeiros minutos que não existe personagem intocável. Logo na cena de abertura, a Patrulha da Noite enfrenta os White Walkers — um aviso visual de que há algo muito maior e muito mais antigo do que os conflitos humanos prestes a despertar.
Os Stark e o peso da honra em um reino corrompido
Winterfell surge como o oposto do caos do sul: frio, rígido e profundamente marcado pela honra. Ned Stark se apresenta como o coração moral da série, enquanto Catelyn representa o senso político que falta ao marido. Os filhos — Jon Snow, Robb, Sansa, Arya e Bran — aparecem poucos minutos, mas já carregam identidades muito bem definidas, algo raro para um piloto.

A descoberta dos filhotes de lobo gigante funciona quase como um presságio: cada Stark carrega um animal que espelha seu próprio destino, criando uma camada simbólica que o episódio planta sem explicar, mas que se torna uma das marcas emocionais da série.
A entrada do Rei Robert Baratheon em Winterfell muda o tom do episódio instantaneamente. O reencontro entre Robert e Ned, carregado de história, camaradagem e segredos. No entanto, é a presença dos Lannisters — Cersei, Jaime e Tyrion — que adiciona o elemento corrosivo da política.
A carta secreta de Lysa Arryn acusando os Lannisters de assassinato coloca o verdadeiro motor da história para funcionar. Não é apenas uma visita real: é o primeiro passo rumo a uma guerra silenciosa alimentada por ambição, vingança e poder.
Além do Mar Estreito: Daenerys e um novo mundo de dor e ascensão
Em Essos, o episódio apresenta Viserys e Daenerys Targaryen — dois personagens quebrados de formas distintas. Viserys é arrogante e desesperado para recuperar o trono; Daenerys é manipulada, vendida e silenciada. Sua união com Khal Drogo é desconfortável e brutal, mas já deixa claro que há uma força nascente dentro dela, algo que ainda não tem forma, mas que define sua jornada.

A introdução dos dothraki amplia o escopo da série, mostrando que o mundo de Game of Thrones é mais vasto e culturalmente diverso do que parece à primeira vista.
O encerramento do episódio é um dos momentos mais marcantes da televisão moderna. Bran Stark escala uma torre e testemunha o segredo mais perigoso de Westeros: o relacionamento incestuoso entre Cersei e Jaime Lannister. A frase “As coisas que faço por amor” antes de Jaime empurrar o garoto não é apenas um choque narrativo — é a declaração definitiva de que Game of Thrones não seguirá regras tradicionais de segurança ou moralidade.
5 thoughts on “Game of Thrones (HBO) | S01E01 – Review”