Game of Thrones S01E03 aprofunda poder, intrigas e presságios no coração de Porto Real!
O terceiro episódio de Game of Thrones funciona como o primeiro grande mergulho no coração político e emocional da série. Depois de dois capítulos guiados por tensão e apresentação de mundo, “Lord Snow” expande a narrativa para mostrar como cada personagem reage ao início dessa nova fase — e, principalmente, como nenhum deles está realmente preparado para o que está por vir.
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Logo nos primeiros minutos, a chegada de Ned Stark (Sean Bean) a Porto Real estabelece o tom: a capital dos Sete Reinos é um lugar belo e vibrante, mas profundamente corrupto. Ned, com sua rigidez moral quase inabalável, parece deslocado em meio à sutileza venenosa das intrigas da corte. A série se aproveita desse contraste para plantar o conflito que guiará toda a temporada: um homem honrado entrando em um ninho de serpentes.

A relação dele com os membros do Pequeno Conselho deixa isso evidente. Varys (Conleth Hill), com seu olhar calculado; Mindinho (Aidan Gillen), manipulador e sedutor; e Pycelle (Julian Glover), com sua falsa fragilidade — todos orbitam Ned como predadores silenciosos. A sensação é constante: cada palavra trocada ali tem peso, cada gesto pode significar traição.
Enquanto isso, na Muralha, Jon Snow (Kit Harington) encara uma realidade mais cruel do que esperava. O jovem, criado como um Stark, se vê no meio de recrutas despreparados, violentos e traumatizados. O episódio trabalha bem o ego inicial de Jon, desmontando sua visão romântica da Patrulha da Noite. Seu relacionamento com Tyrion Lannister (Peter Dinklage) se torna um dos pontos centrais do capítulo: é nessa dinâmica que Jon aprende humildade e onde Tyrion, mesmo carregando seu sarcasmo habitual, revela um lado mais humano e empático.
Sementes plantadas
Em Essos, Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) começa a assumir uma postura muito diferente da menina submissa que vimos no início da série. O episódio mostra seus primeiros passos como líder, impondo sua voz entre os dothraki e, principalmente, contra a pressão emocional de Viserys (Harry Lloyd). É o início visível da transformação de Daenerys — ainda tímida, ainda contida, mas inevitável.
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“Lord Snow” não depende de grandes batalhas ou cenas de ação. Sua força está na construção lenta das tensões que, mais tarde, explodirão em traições, guerras e quedas irreversíveis. É um capítulo focado em diálogos, olhares e posicionamentos — e é justamente isso que o torna tão importante. Ele não entrega respostas, mas dá forma ao jogo de poder que dominará a série.

A direção usa bem a mudança de cenários: a frieza opressiva da Muralha, o caos implícito de Porto Real e o calor quase sufocante de Essos refletem perfeitamente o estado emocional de cada núcleo. Tudo funciona como engrenagens de um mesmo mecanismo, preparando o espectador para uma narrativa que está prestes a se tornar muito maior.
No fim, “Lord Snow” é um episódio de construção — e de presságios. Ele planta sementes que só serão colhidas temporadas depois, reforçando o cuidado e a complexidade que fizeram Game of Thrones se tornar o fenômeno que é. É político, denso, cheio de subtextos e perfeito para quem gosta de prestar atenção nos detalhes.
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