Game of Thrones S01E05 – Tensão e guerra: ‘The Wolf and the Lion’ acende o pavio em Porto Real.
O quinto episódio de Game of Thrones, intitulado “The Wolf and the Lion”, emerge como o marco inicial onde a sofisticada disputa de poder finalmente explode em conflito aberto, solidificando a premissa de que em Westeros, a política é apenas a guerra por outros meios.
| Game of Thrones (HBO) – S01E04 – Review
Apesar da ausência de confrontos grandiosos de exércitos, o capítulo vem integralmente movido por uma tensão insustentável, antecipação e decisões morais que começam a moldar, de forma irreversível, o destino dos personagens.
A espiral de choque moral de Eddard Stark (Sean Bean) como Mão do Rei atinge seu ponto mais alto. Sua ética inflexível, um fardo em Porto Real, uma cidade onde a honra vem vista como ingenuidade. O episódio aprofunda sua frustração ao lidar com a morte suspeita de Ser Hugh e a investigação do mistério envolvendo Jon Arryn. Um dos momentos mais centrais é o embate verbal com Cersei Lannister (Lena Headey), onde as máscaras caem: Cersei reconhece e exerce seu poder político com frieza, enquanto Ned insiste no jogo da honestidade — uma escolha ingênua, mas característica, que terá consequências fatais nos episódios vindouros.
Tensões Políticas
O Rei Robert Baratheon (Mark Addy) protagoniza duas sequências cruciais. A primeira, durante o conselho, revela um rei consumido pela fúria ao decidir assassinar Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), que está grávida do herdeiro dothraki. Embora brutal, Robert demonstra uma moralidade real, rejeitando a ideia de matar uma garota. No entanto, Ned Stark abandona o conselho em protesto, percebendo que sua visão de mundo não cabe mais naquela corte. Em contraste, o rei divide uma conversa íntima com Ser Barristan Selmy (Ian McElhinney) sobre a glória perdida da juventude, um detalhe que o humaniza, expondo arrependimentos e vulnerabilidade sob o peso da coroa.
Em outro núcleo, a jornada de Catelyn Stark (Michelle Fairley) com Tyrion Lannister (Peter Dinklage) como prisioneiro segue para o Ninhos da Águia. O roteiro mostra a impulsividade de Catelyn, movida pela dor, e a percepção aguda de Tyrion sobre o perigo iminente. A chegada ao castelo da Casa Arryn é marcante, com Lysa Arryn (Kate Dickie) sendo retratada como uma figura paranoica e emocionalmente instável, em uma cena que provoca estranhamento imediato e sela o destino incerto de Tyrion.

As tensões políticas, no entanto, culminam em um dos melhores diálogos de toda a temporada. Ou seja, o confronto velado e venenoso entre Varys (Conleth Hill) e Petyr Baelish (Aidan Gillen). A rivalidade, repleta de ameaças sutis e sorrisos falsos, deixa evidente que nenhum dos mestres espiões é confiável. Marcando um dos primeiros vislumbres do complexo jogo de manipulação que irá dominar as temporadas futuras da série da HBO Max.
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